> Perhappiness: Os racismos e sexismos de Quentin Tarantino | Crítica Os Oito Odiados, 2015
         
 

Os racismos e sexismos de Quentin Tarantino | Crítica Os Oito Odiados, 2015

06 janeiro 2016


Que Tarantino tem uma fixação com a história dos negros qualquer um que assiste aos filmes dele já sabe, mas até que ponto ele não reproduz o racismo de forma danosa? Assistindo Os Oito Odiados, por mais fascinada que eu continue a ser pela execução impecável do seu filme (elenco perfeito, fotografia perfeita, roteiro perfeito...), eu não pude evitar me sentir incomodada com a forma que o negro e - principalmente - a mulher foi colocada no filme.

Um dos argumentos "óbvios" e apresentado pelo Tarantino para a presença desse tratamento machista e racista entre as personagens é devido a época em que a história se passa. Entretanto, o diretor não tem essa preocupação em manter a fidedignidade da época em todos os aspectos do filme: muitas expressões e vocabulário utilizado pelas personagens são modernos e não era usados naquela época. Então porque essa seletividade? Porque adaptar os diálogos a para um entendimento moderno, mas permanecer palavras ofensivas como n****, entre outras expressões, de forma excessiva?

Daisy Domergue é a personagem feminina desse filme. Ela é uma assassina procurada pelo governo com o valor de U$ 10 mil pela sua cabeça. Apesar de ser extremamente cativante com o público e de nós torcemos para que ela escape de alguma forma, o tratamento que ela recebe incomoda. Muitas vezes ela é praticamente um saco de pancada e a razão da conexão entre brancos e negros: a misoginia os conecta e faz com que superem suas diferenças em nome de um ódio maior em comum.

E esses acontecimentos são sempre colocados de forma cômica, para provocar o riso no público e fazer piada da situação ao invés de promover uma crítica consciente. De qualquer forma, o filme promove a reflexão acerca do assunto e eu ainda não tenho uma opinião totalmente formada. Não concordo com o uso exacerbado das palavras ofensivas - uma vez ou outra pra pontuar uma situação mais agressiva ok, mas não há necessidade para sair cuspindo as palavras a cada sentença. Da mesma forma, não concordo que a Daisy seja usada para promover o riso às suas custas e nem que sofra nas cenas nojentas: coberta de sangue e restos mortais, em situações degradantes que nenhuma outra personagem sofre.



Não se esqueça de clicar em "gostei" pra mim e se inscrever no canal caso ainda não seja inscrito!


Um grande beijo e até já!


Me acompanhem também nas redes sociais:

2 comments:

  1. Oi vanessa, vi seu vídeo(tb comentei lá), mas ainda não assisti o filme. eis que depois vi uma crítica ao filme no canal Pipocando(conhece?) e achei muito interessante o que o rapaz falou sobre a metáfora dos personagens, se puder veja.
    Estou louca pra ver o filme e tirar minhas conclusões :)
    http://www.umavidaemandamento.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Caramba, boa observação.
    Sempre acho meio estranho mesmo essa defesa dos responsáveis ou fãs em torno dessa seletividade - e curioso pra saber em quantas situações eu mesmo não reproduzo (nunca se sabe, né?). Gente justificando misoginia com fidelidade à época em série que tem Dragão, e por aí vai.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Vanessa. Paraibana, leonina, amante dos animais e de homens com cabelos compridos. Isso é basicamente tudo que você precisa saber sobre mim, o resto você descobre nas páginas do blog. ♥

 
Perhappiness © Todos os direitos reservados :: Ilustração por Brenda S. Pauletti :: voltar para o topo